terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Açúcar, um doce veneno

Quem opta por oferecer uma alimentação saudável ao filho é visto pela sociedade como um E.T. As pessoas se assustam se você não dá refrigerante, batata frita, alimentos processados, balas, biscoitos tipo isopor salgado (traduzindo: Fandangos, Cheetos e similares). Eu não consigo entender. Já está comprovado científicamente que tudo isso faz mal. Se faz mal, por que eu vou habituar meu filho a comer isso? Ele vai ter a vida inteira para comer de tudo, então, se meu papel é educá-lo, acho que educação alimentar faz parte disso. Muita gente reclama que o filho só quer comer besteira. Mas e aí, quem ofereceu primeiro, não foi a família? Tudo bem, a família não ofereceu primeiro, mas não foi ela quem continuou oferecendo outras vezes a besteira? E aí, a culpa é da criança? Claro que não! É que nem chupeta, a criança gosta e não quer largar, mas quem ofereceu foi a família, então não reclama!

Li hoje esse artigo sobre os malefícios do açúcar e achei muito bom. Ninguém vê mal no seu uso, as pessoas consomem desenfreadamente, e adoram encher as crianças com esse alimento. Eu evito e aqui em casa uso mascavo e demerara, que possuem menos química que o refinado. E ofereço bem pouco ao Pietro, não adiciono em sucos, nada, para acostumá-lo a um paladar não tão doce. Segue a matéria:

Consumo de açúcar deve ser controlado como cigarro e álcool (publicado no site Prontuário de Notícias em 14/2/2012)


"Se os governos querem cuidar da saúde pública, então as autoridades deveriam controlar o consumo de açúcar da mesma forma que controlam o consumo de cigarro e de álcool. A afirmativa contundente é de um grupo de três cientistas da Universidade da Califórnia (EUA), em um artigo publicado na conceituada revista Nature.
Segundo as Nações Unidas, as doenças infecciosas foram superadas no mundo, pela primeira vez na história, pelas doenças não-transmissíveis. E, segundo os cientistas, o açúcar está alimentando uma epidemia global de obesidade e contribuindo para 35 milhões de mortes todos os anos, causadas por doenças não-transmissíveis, como diabetes, doenças do coração e câncer.
Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis afirmam que os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que, por isso, seu consumo também deveria ser regulamentado pelas autoridades de saúde.
"Nós não estamos falando sobre proibição. Estamos falando sobre formas brandas de tornar o consumo de açúcar ligeiramente menos conveniente, mantendo assim as pessoas longe de doses excessivas," disse Schmidt.
Segundo o trio, o consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos.
"Todo país que adotou uma dieta ocidental, dominada por alimentos de baixo custo e altamente processados, teve um aumento em suas taxas de obesidade e de doenças relacionadas a esse problema. Há hoje 30% mais pessoas obesas do que desnutridas", destacaram eles.
Mas o artigo destaca que a obesidade não é o principal problema do consumo excessivo de açúcar.
"Muitos acham que a obesidade está na raiz de todas essas doenças, mas 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal.
"Ao mesmo tempo, cerca de 40% das pessoas com pesos considerados normais desenvolverão doenças no coração e no fígado, diabetes e hipertensão", explicam eles.
Além disso, a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.
De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam começar a controlar o consumo de açúcar. A regulação poderia incluir, sugerem, a taxação de produtos industrializados açucarados, a limitação da venda de tais produtos em escolas e a definição de uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
Mas, diferentemente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está em alimentos, o que dificulta a sua regulação.
"Regular o consumo de açúcar não será fácil, especialmente nos 'mercados emergentes' de países em desenvolvimento, nos quais refrigerantes são frequentemente mais baratos do que leite ou mesmo água," destacaram. 
Fonte : Agência Fapesp"

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