segunda-feira, 19 de abril de 2010

É duro ser mãe...

Toda mãe quer ver seu filho bonito.
Se põe uma roupa mais arrumadinha, é esnobe; se deixa a vontade, desleixada.

Toda mãe quer seu filho saudável.
Se é cuidadosa quando o filho ainda é indefeso, é exagerada; se deixa ele se expor quando é chegada a hora, descuidada.

Toda mãe quer alimentar seu filho da melhor forma.
Se quer muito amamentar e tem dificuldades, por que não dar a fórmula? Mas se ela dá a fórmula, foi porque no fundo não queria amamentar.

Toda mãe quer dar conforto ao seu filho.
Se dá aconchego no colo, está mimando e deixando dependente; se mesmo confortando ele ainda chora, é porque não sabe cuidar.

Toda mãe deseja o melhor para seu filho.
Se ela é batalhadora, quer aparecer; se ela não tem apoio e abdica da luta, é incapaz.

Toda mãe sabe intuitivamente como cuidar do seu filho.
Se tenta fazer diferente porque acha que isso vai contribuir para seu filho se tornar um ser humano melhor, é radical; se faz o que todo mundo diz nunca vai ser perfeita, porque cada um tem um palpite para dar.

A sociedade cobra.
A sociedade quer que você seja boa mãe.
Todo mundo critica, mas quem ajuda?

sábado, 17 de abril de 2010

Dificuldades na introdução das papinhas salgadas

Pietro estranhou bastante as frutas, mas com as papinhas salgadas... A coisa está bem pior! Nossa, como é difícil essa fase... Sei lá, no começo da amamentação foi difícil, mas agora não depende só de mim. Depende dele aceitar, e eu não tenho mais controle. Acho que isso está sendo bem difícil, principalmente pela minha característica de ser controladora. Meu filho tem me ensinado muitas coisas, e uma delas é respeitar o limite do outro. Ao lado desse aspecto controlador vem as preocupações com o fator saúde. Mas e a reserva de ferro, que se esgota com 6 meses? E se ele não aceitar nada? Reflexos da minha ansiedade... O comportamento de Pietro é natural, pois alguns bebês demoram bastante para aceitar sólidos. Então, paciência! Uma hora ele vai se acostumar. E qual o segredo para eu enfrentar essa fase? Só vejo um: não criar expectativas.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

E hoje eu desvendei meus sentimentos

Hoje fui mais uma vez com o Pietro à reunião das Amigas do Peito. E ouvindo aquilo tudo, descobri porque certos sentimentos emergiram após seu nascimento.

O nascimento do Pietro ocorreu de uma forma que eu não esperava. Com uma gestação totalmente fisiológica, jamais me passou pela cabeça que algo fosse dar errado já no final. Pensava somente que ele nasceria de parto normal, afinal se 85% das mulheres são capazes, porque eu não seria? A cesárea era uma idéia muito remota para mim...

Bem, num desses exames no final da gestação descobri que estava com pouco líquido amniótico. Ao repetir o exame no dia seguinte, quase nenhum líquido. A solução dada pela médica foi interromper a gestação. Eu não entrei em trabalho de parto, nem sei como é sentir uma contração. Essa situação foi muito difícil para mim. Eu não esperava que o meu filho teria de ser tirado de dentro de mim assim, tão de repente. E foi muito difícil e doloroso o processo de aceitar essa forma de nascer. Eu tive uma tarde para me preparar, viver o luto de não ter o parto idealizado, me despedir do meu filho dentro de mim. Quando voltei para casa e por aproximadamente 10 dias eu fiquei muito fragilizada, me sentindo mal emocionalmente. Sentia vontade de chorar sem motivo, pensava na cesárea... Mas passou, a vida seguiu e hoje eu ouvi algo que me fez entender o que se passou.

A coordenadora do grupo estava falando de desmame. Sobre os desmames da vida, as separações. Que cada um vive isso de uma forma. Existem pessoas que preferm desmamar de súbito; outras preferem desmamar gradativamente, como se estivesse se despedindo... E então ela falou da saudade da barriga, e isso me fez lembrar desse momento do nascimento do Pietro. Foi aí que compreendi: por que tanto pavor da cesárea? Porque a cesárea foi uma ruptura brusca! Acho que o parto natural simbolizava para mim essa despedida, porque o bebê não é arrancado das entranhas da mãe, ele é gradativamente expulso do seu corpo para o mundo, como um ritual de despedida... Por isso acho que sofri muito. Eu sou dessas que precisa se despedir! Não ter parido meu filho naturalmente me dá uma sensação de incompletude, como se tivesse faltado algo no processo de me tornar mãe.

Agora entendo porque a amamentação é esse resgate do vínculo. Somos novamente só os dois, unidos nessa relação que é tão nossa. Eu dôo minha essência vital, meu sangue branco, assim como quando ele estava no meu ventre e recebia essa essência via placenta. Não é só nutrição, é compartilhar meu corpo, como era quando ele estava dentro de mim, dividir meu amor...

Quem sou eu para dizer o que é ser mãe? Mas acho que não viver pelo menos uma dessas experiências quando se gera um filho deve ser estranho, como se estivesse faltando um pedaço.

domingo, 11 de abril de 2010

A primeira papinha do Pietro

No dia 16 de março o Pietro completou 6 meses. Após todas as batalhas travadas para conseguir amamentá-lo exclusivamente, vencemos! Até o dia 16 foi só meu leite e nada mais.

Na consulta com o pediatra, no comecinho de março, ele prescreveu as papinhas de frutas. Primeiro frutas puras, depois misturadas com um pouco ou de geléia de mocotó, ou de farinha láctea, ou biscoito de maisena, ou bolo mais o meu leite. É claro que eu não vou misturar nada disso, a não ser meu leite. Já conversamos e ele respeitou totalmente minha opinião. Não pretendo dar esse tipo de alimento para o Pietro tão cedo.

Foi muito engraçado ele comendo a primeira papinha! Raspei meia maçã e ofereci. Sua reação foi uma carinha de ojeriza e o corpinho se tremeu todo, sentindo repugnância! Romando filmou todas as reações dele e conseguiu captar algumas expressões muito fofinhas. Aqui no post envio uma delas para compartilhar com vocês:



Abraços, Clarissa.