terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mamadeiras e chupetas: itens totalmente dispensáveis para um bebê


Já sei, lendo o título desse post você pensou: nossa, como ela é radical! Antes de discutir o uso desses artefatos, quero fazer um esclarecimento. Sim, eu sou radical. Segundo a Claudia Orthof, das Amigas do Peito, a palavra radical vem de raiz, ser radical é estar ligada às raízes das nossas convicções. E eu estou plenamente enraizada às minhas convicções sobre amamentação, por isso nunca ofereci esse tipo de coisa para meu filho.

Até hoje Pietro só conhece um bico, o do meu peito. E com toda a sinceridade, nunca tive a necessidade de apresentar nenhum outro. Logo no começo da amamentação, quando fiquei um mês com fissuras, tentei em alguns momentos dar o meu leite de outra forma para ele, e tentei o copinho. Só que eu não sabia oferecer, então preferi manter a amamentação, mesmo com as dificuldades. Depois, na fase em que complementei com o meu leite, fiz a técnica da relactação (usava uma sondinha para ele sugar o leite enquanto mamava no peito). Logo ele entrou de cabeça na fase oral. Apesar de colocar as mãozinhas na boca nunca foi tão fissurado nisso e a gente aqui sempre agiu com naturalidade. Nunca reprimimos, nunca enfatizamos, nunca nem sequer pensamos em dar chupetas. Nas crises de cólicas seguíamos uma dica muito bacana dada por uma nutricionista amiga da amamentação. Como a sucção acalma, colocávamos nosso dedo mindinho com a polpa voltada para o céu da boca para que ele ficasse sugando. Também foi algo que só funcionou nos primeiros três meses, porque depois ele recusou.

Aos seis meses, junto com a alimentação complementar, comecei a oferecer água. Como fui informada de que os copos de transição não são tão inofensivos assim (seu uso pode levar a mordida cruzada porque a criança tende a morder aquele bico duro) resolvi comprar um copinho de cachaça para oferecer água para ele. Esse tipo de copo, tanto quanto a xícara de café, são perfeitos para os bebês por causa do tamanho, pequeninos como a boquinha deles. Nessa fase eu já sabia utilizar o copinho, depois de buscar informações sobre como oferecer. E era tranqüilo, ele bebia super bem. Pietro cresceu bebendo direto no copo, sem bico, e hoje, aos 2 anos, não tem nenhuma dificuldade em fazê-lo.

Um bebê pode crescer sem mamadeiras e sem chupetas. O bebê recém nascido consegue beber no copinho, então no caso de dificuldades é só recorrer a ele. E não é difícil oferecer, basta encostar o leite na boquinha do bebê que ele lambe que nem gatinho. Com seis meses ele vai fazer a mesma coisa e lambendo não há risco nenhum de engasgar, ao contrário do que muita gente pensa. Uma pena é que isso tudo não é divulgado, muitas mães acabam oferecendo a mamadeira para seus bebês e eles desmamando muito cedo por causa da confusão de bicos. Só quando a amamentação está perdida é que acabam descobrindo esse problema. Claro que há toda uma manipulação de informações pelas indústrias para que esse conhecimento não seja disseminado ou seja entendido pelas pessoas apenas como uma possibilidade remota.

E o que eu tenho a dizer sobre as chupetas? Particularmente eu entendo que a chupeta é uma espécie de rolha. Chorou? Rolha, que é igual a chupeta. É mais simples do que ver o que está incomodando o bebê. É mais fácil do que ficar com ele no colo minutos acalentando. Não acredito que as mães utilizem pensando dessa forma, em colocar uma rolha no seu filho, mas se você parar para analisar o objetivo é esse, é como se a chupeta fosse algo para diminuir seu trabalho, porque satisfaz uma necessidade do bebê sem precisar que você esteja 100% presente. Sim, o bebê precisa sugar, mas sugar o peito da mãe. Assim ele vive plenamente a fase oral e tem o contato pele a pele, tão importante para o desenvolvimento emocional. Isso exige disponibilidade, entrega, coisas que a nossa sociedade individualista nos faz acreditar que são desnecessárias. E mais um dado importante sobre as chupetas: elas atrapalham a amamentação. Estudos apontam que o desmame é precoce nos bebês que usam chupeta, pois a sucção é diferente da que é feita no seio materno.

Deixo aqui um link com um vídeo que mostra como é simples oferecer o leite em um copinho para o bebê.






2 comentários:

  1. Olá Clarissa. Acabei de ver seu relato e é impressionante como as histórias foram parecidas, porém infelizmente eu inclui o LA. Realmente foi um momento desesperador e além do mais eu moro sozinha na minha cidade, não tenho alguém para me ajudar a tirar o leite. Aluguei a bombinha, tirei algumas vezes, porém eu ficava muito exausta, pois a minha neném gosta muito do colo e eu quase não tenho tempo nem para almoçar.
    Li sua história e vi a minha tbm. O pediatra da Mariana falo que ela provavelmente seria um nenem sequinho... eu fiquei arrasada né? Qual mãe quer escutar isso???
    Ainda estou na luta, tentando ver se consigo retornar ao LM exclusivo, mais sem ser muito pessimista, acho que será muito difícil. Sábado irei para uma reunião aqui em Campinas, sobre aleitamento e alimentação e são mulheres totalmente a favor do LM exclusivo... vamos ver se consigo mudar o cenário.
    Obrigada pela visita no blog. Já estou te seguindo.
    beijos

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  2. Oie flor! Adorei o comentário lá no blog e vim ler sua experiência! Super bacana e me deixou mais segura! Eu vou tentar não dar chupetas e mamadeiras pro Vítor, se vou conseguir, me adaptar e td mais, não faço a menor ideia (nunca fui mãe, né?), mas acredito que informação é tudo e por isso vou tentar!!!
    Sua experiência foi mto importante pra mim!
    Bjao
    MaH

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