quarta-feira, 5 de maio de 2010

Praia




Pietro conheceu a praia. No último feriadão viajamos para a casa de veraneio do meu cunhado, em Praia Seca, onde a areia e o mar são limpos. O lugar ideal para um bebê ter seu primeiro contato.

Pietro conheceu a textura da areia e a água do mar. Um estranhamento inicial, natural. Mas logo deu vazão a sua curiosidade, explorando a areia e brincando com a água na piscininha.

Foram momentos muito bonitos, inesquecíveis. São os presentes que a vida nos dá.

Ainda na areia, se ambientando






Com a mamãe







Brincando com o papai





Sentindo a areia



Aproveitando para dar uma mamadinha







terça-feira, 4 de maio de 2010

Desmamando o Pietro. E me desmamando dele... (No sentido afetivo)


Falta menos de um mês para a minha volta a um dos trabalhos. E isso me angustia. Cheguei a conclusão de que existem mães que mesmo sem nunca terem amamentado não conseguem jamais desmamar seus filhos. São mães que criam uma relação de dependência com os filhos, que não permitem que eles sejam do mundo e sigam suas vidas. Decidi que não quero e não me permitirei ser uma mãe assim.

Voltar ao trabalho será um processo de desmame. Do Pietro e meu. Talvez, principalmente, da minha parte. Porque vai ser um belo exercício de desapego deixar meu pequenino em casa, não estar junto dele cuidando, amamentando, embalando, velando seu sono... Esse é o lado positivo que procuro ver nesse novo momento que viveremos. Porque será difícil, mas será um modo de começarmos esse aprendizado de seguirmos juntos e ao mesmo tempo independentes nessa longa estrada que é a vida.

Quanto a aceitação de sólidos pelo Pietro, o processo está sendo lento e gradativo. Pietro tem me mostrado o limite da minha insistência, que devo sempre parar se isso estiver desrespeitando o outro. E usando minha intuição e criatividade de mãe descobri algumas formas do Pietro aceitar um pouco da comida: ele come algumas coisinhas se vê que eu estou comendo e tem aceitado um pouco das ditas comidas de sal depois que deixei ele explorar, brincando, a comida.

Antigamente a introdução de sólidos era considerado o início do desmame. Amamentar pode ser difícil no começo. Mas considerando essa fase como o começo do desmame, desmamar me parece ser mais difícil ainda!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

É duro ser mãe...

Toda mãe quer ver seu filho bonito.
Se põe uma roupa mais arrumadinha, é esnobe; se deixa a vontade, desleixada.

Toda mãe quer seu filho saudável.
Se é cuidadosa quando o filho ainda é indefeso, é exagerada; se deixa ele se expor quando é chegada a hora, descuidada.

Toda mãe quer alimentar seu filho da melhor forma.
Se quer muito amamentar e tem dificuldades, por que não dar a fórmula? Mas se ela dá a fórmula, foi porque no fundo não queria amamentar.

Toda mãe quer dar conforto ao seu filho.
Se dá aconchego no colo, está mimando e deixando dependente; se mesmo confortando ele ainda chora, é porque não sabe cuidar.

Toda mãe deseja o melhor para seu filho.
Se ela é batalhadora, quer aparecer; se ela não tem apoio e abdica da luta, é incapaz.

Toda mãe sabe intuitivamente como cuidar do seu filho.
Se tenta fazer diferente porque acha que isso vai contribuir para seu filho se tornar um ser humano melhor, é radical; se faz o que todo mundo diz nunca vai ser perfeita, porque cada um tem um palpite para dar.

A sociedade cobra.
A sociedade quer que você seja boa mãe.
Todo mundo critica, mas quem ajuda?

sábado, 17 de abril de 2010

Dificuldades na introdução das papinhas salgadas

Pietro estranhou bastante as frutas, mas com as papinhas salgadas... A coisa está bem pior! Nossa, como é difícil essa fase... Sei lá, no começo da amamentação foi difícil, mas agora não depende só de mim. Depende dele aceitar, e eu não tenho mais controle. Acho que isso está sendo bem difícil, principalmente pela minha característica de ser controladora. Meu filho tem me ensinado muitas coisas, e uma delas é respeitar o limite do outro. Ao lado desse aspecto controlador vem as preocupações com o fator saúde. Mas e a reserva de ferro, que se esgota com 6 meses? E se ele não aceitar nada? Reflexos da minha ansiedade... O comportamento de Pietro é natural, pois alguns bebês demoram bastante para aceitar sólidos. Então, paciência! Uma hora ele vai se acostumar. E qual o segredo para eu enfrentar essa fase? Só vejo um: não criar expectativas.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

E hoje eu desvendei meus sentimentos

Hoje fui mais uma vez com o Pietro à reunião das Amigas do Peito. E ouvindo aquilo tudo, descobri porque certos sentimentos emergiram após seu nascimento.

O nascimento do Pietro ocorreu de uma forma que eu não esperava. Com uma gestação totalmente fisiológica, jamais me passou pela cabeça que algo fosse dar errado já no final. Pensava somente que ele nasceria de parto normal, afinal se 85% das mulheres são capazes, porque eu não seria? A cesárea era uma idéia muito remota para mim...

Bem, num desses exames no final da gestação descobri que estava com pouco líquido amniótico. Ao repetir o exame no dia seguinte, quase nenhum líquido. A solução dada pela médica foi interromper a gestação. Eu não entrei em trabalho de parto, nem sei como é sentir uma contração. Essa situação foi muito difícil para mim. Eu não esperava que o meu filho teria de ser tirado de dentro de mim assim, tão de repente. E foi muito difícil e doloroso o processo de aceitar essa forma de nascer. Eu tive uma tarde para me preparar, viver o luto de não ter o parto idealizado, me despedir do meu filho dentro de mim. Quando voltei para casa e por aproximadamente 10 dias eu fiquei muito fragilizada, me sentindo mal emocionalmente. Sentia vontade de chorar sem motivo, pensava na cesárea... Mas passou, a vida seguiu e hoje eu ouvi algo que me fez entender o que se passou.

A coordenadora do grupo estava falando de desmame. Sobre os desmames da vida, as separações. Que cada um vive isso de uma forma. Existem pessoas que preferm desmamar de súbito; outras preferem desmamar gradativamente, como se estivesse se despedindo... E então ela falou da saudade da barriga, e isso me fez lembrar desse momento do nascimento do Pietro. Foi aí que compreendi: por que tanto pavor da cesárea? Porque a cesárea foi uma ruptura brusca! Acho que o parto natural simbolizava para mim essa despedida, porque o bebê não é arrancado das entranhas da mãe, ele é gradativamente expulso do seu corpo para o mundo, como um ritual de despedida... Por isso acho que sofri muito. Eu sou dessas que precisa se despedir! Não ter parido meu filho naturalmente me dá uma sensação de incompletude, como se tivesse faltado algo no processo de me tornar mãe.

Agora entendo porque a amamentação é esse resgate do vínculo. Somos novamente só os dois, unidos nessa relação que é tão nossa. Eu dôo minha essência vital, meu sangue branco, assim como quando ele estava no meu ventre e recebia essa essência via placenta. Não é só nutrição, é compartilhar meu corpo, como era quando ele estava dentro de mim, dividir meu amor...

Quem sou eu para dizer o que é ser mãe? Mas acho que não viver pelo menos uma dessas experiências quando se gera um filho deve ser estranho, como se estivesse faltando um pedaço.

domingo, 11 de abril de 2010

A primeira papinha do Pietro

No dia 16 de março o Pietro completou 6 meses. Após todas as batalhas travadas para conseguir amamentá-lo exclusivamente, vencemos! Até o dia 16 foi só meu leite e nada mais.

Na consulta com o pediatra, no comecinho de março, ele prescreveu as papinhas de frutas. Primeiro frutas puras, depois misturadas com um pouco ou de geléia de mocotó, ou de farinha láctea, ou biscoito de maisena, ou bolo mais o meu leite. É claro que eu não vou misturar nada disso, a não ser meu leite. Já conversamos e ele respeitou totalmente minha opinião. Não pretendo dar esse tipo de alimento para o Pietro tão cedo.

Foi muito engraçado ele comendo a primeira papinha! Raspei meia maçã e ofereci. Sua reação foi uma carinha de ojeriza e o corpinho se tremeu todo, sentindo repugnância! Romando filmou todas as reações dele e conseguiu captar algumas expressões muito fofinhas. Aqui no post envio uma delas para compartilhar com vocês:



Abraços, Clarissa.

domingo, 21 de março de 2010

Curso de Geoprocessamento

Nos dias 8 e 9 de março levei o Pietro para as aulas do módulo presencial de um curso de Geoprocessamento. Foram as primeiras aulas dele!

Pietro ficou muito comportado, não chorou, sorria para todo mundo... Está um bebê muito simpático e sociável!

Dizem que ele veio para ficar no lugar do Tio Hugo. Hugo foi uma criança muito sociável, cumprimentava as pessoas no elevador do prédio quando elas entravam e antes delas mesmas cumprimentarem. Todos o conheciam. Esse aspecto da sua personalidade se manteve até a vida adulta. Ele era muito conhecido na UFRJ porque era engajado com o movimento estudantil, ia a várias festas, fazia várias amizades. O Hugo era conhecido na UFRJ desde os alunos da graduação até os funcionários da reitoria!

O Pietro nasceu no último ano do Hugo aqui no Rio. Ele mesmo, antes de ir para Campinas, disse que o Pietro chegou justamente quando ele estava partindo e para substituí-lo na família. Enfim, o Romando diz que o Pietro veio para substituir o Hugo, mas que será ainda mais popular. E acho que vai ser mesmo, ele está muito simpático com todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Amamentação

Bem, depois de todo esse tempo consegui um tempinho para voltar a escrever! O Pietro está com 5 meses e sendo amamentado exclusivamente. Gostaria de falar aqui um pouco sobre a amamentação, que assim como o parto, era algo muito importante para mim na vivência da maternidade.

Nossa, como foi difícil o começo... Porque a gente sabe um pouco mais sobre algumas coisas, parece que tudo acontece. Como diz a minha grande amiga Inês, parece que somos colocadas a prova... Primeiro foram as fissuras. Um mês até cicatrizarem. E depois o problema do ganho de peso, porque o Pietro só ganhou 240g no primeiro mês (muito, muito pouco!).

Nossa, como doem as fissuras! Foi um mês amamentando com dor, com muita insistência, e sem sucumbir no meu objetivo em nenhum momento. Sempre via a expressão e as lágrimas de dor das mulheres na maternidade do hospital em que trabalho quando amamentavam com fissuras, mas não tinha noção da dor. As fissuras são a principal causa de desmame, e entendo bem o porque, muitas mulheres não suportam. Foi muito difícil, parecia que aquilo não acabava, que nunca cicatrizava.

Depois veio o baque do peso. Tive muita sorte de conhecer pessoas ligadas ao movimento de apoio à amamentação e de estar levando o Pietro em um pediatra que não quer empurrar fórmula. A possibilidade de ter de complementar com leite artificial me deixou transtornada. Algumas pessoas não compreenderam isso, principalmente na família. Mas como disse, conhecer as pessoas certas foi fundamental. Fui muito ajudada e hoje sou muito grata a uma nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde que me orientou a complementar com meu próprio leite. Como assim? O Pietro, preguiçoso, não mamava o leite com gordura. Então eu ordenhava esse leite e dava para ele com uma sonda. E ele ganhou peso! E eu nunca tive que dar fórmula! Hoje o Pietro está ótimo. É um bebê de baixo peso, mas a cada mês vem recuperando bem.

Passar por isso tudo me fez perceber inúmeras coisas. Que o apoio da família, nesse momento, é essencial. Por isso eu agradeço muito, muito, ao meu marido, amigo, companheiro e super-pai Romando, que sempre esteve ao meu lado me apoiando no momento da dor, da preocupação, da ansiedade, e que nunca me disse uma palavra que me tirasse o incentivo de amamentar. Também pude perceber que nem sempre se pode contar com o apoio da família. Por causa dessa história do peso ouvi comentários de pessoas do mesmo sangue, de quem eu esperava pelo menos um ombro amigo para desabafar. Mas tudo bem, família não é só quem compartilha do mesmo sangue. Deus coloca na nossa vida amigas que são verdadeiras irmãs. Agradeço de todo meu coração a querida amiga Inês, que nesse momento tão delicado foi quem mais me ouviu e mais me apoiou para que eu me mantivesse firme até o final. Também agradeço de coração a Jeanne, que também me ouviu e me apoiou. E claro que não poderia deixar de agradecer o apoio que venho recebendo até hoje da ONG Amigas do Peito.

E sabem de uma coisa? Valeu muuuuuiiiiiiiiito a pena investir na amamentação!!!!!!!!!! Depois que tudo isso passa, a amamentação se torna uma experiência maravilhosa, como me falava a Inês. Estar com meu filho num momento tão íntimo, tão especial, tão nosso... Poder compartilhar meu corpo com ele, dar um pouco de mim, do meu sangue (o sangue branco, como diria o pediatra José Dias Rego)... Enfim, não há palavras para expressar o prazer de amamentar! Só sabe quem já amamentou.

Beijos para todos!

Pietro com fraldinha de pano

Para quem apostou que eu não conseguiria usar as fraldas de pano, aí vão umas fotos do meu gostoso com elas.



Usar fraldas de pano não é um transtorno assim tão grande. É claro que dá mais trabalho do que a fralda descartável, mas com logística tudo fica tranqüilo e dá para usar. O que tenho feito? Quando troco a fraldinha dele enxaguo a fralda suja e coloco sabão de coco. Vai tudo para o molho, com vinagre misturado na água. Junto durante uns três dias, e então enxaguo com água e no final com vinagre, ou no tanque mesmo, ou na máquina, e depois centrifugo. Secam super rápido e não precisa passar, já que o calor do ferro estraga o algodão.



Comecei a usar as fraldas de pano no Pietro quando ele estava com uns dois meses, porque com a história do peso ele ainda era muito pequeno e as fraldas ficavam grandes. Pouco a pouco fui criando minha rotina com elas. Há quem diga que fraldas de pano dão mais assaduras, mas pelo o que leio por aí e pela minha própria experiência não dão, não. Devem dar se o bebê passar o dia todo com a mesma fralda. O que notei é que a fralda descartável, sim, pode dar assadura. O Pietro nunca teve grandes assaduras, quando ficou muito calor a pele ficou vermelha, nada que eu não desse conta em casa e que em dois dias, no máximo, estivesse resolvido. Percebi que quando isso aconteceu foi num período em que ficamos muito fora de casa, e ele com fraldas descartáveis direto. Aprendi que a melhor forma de prevenção para as assaduras é bastante ar e sol no bumbum e lavar com sabonete sempre depois que o bebê faz cocô. E também observar a marca da fralda, pois muitas vezes a assadura está relacionada a isso.





Aí vão as fotos:



Com a fraldinha dada pela zia Sil e a Nonna no ginásio de atividades






Com o amigo do Papai, Rodrigo



Brincando na cama com a fraldinha dada pela zia Sil e a Nonna





No bebê conforto (aqui, menorzinho)




Aqui, mais magrelinho, logo que começou a usá-las. Ficava enorme!