terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Desafio das Primeiras Papinhas




Há muito tempo que eu queria escrever sobre esse assunto. À época da introdução de novos alimentos eu cheguei a escrever aqui, desabafar minhas ansiedades. A verdade é que foi uma fase bem estressante, porque as coisas não são tão fáceis. Parece que subjetivamente existe uma pressão na gente para que o bebê, ao completar 6 meses, comece a aceitar a qualquer custo os outros alimentos. A pressão vem da própria ciência, dos pediatras: com 6 meses acaba a reserva de ferro que o bebê fez no ventre materno, se ele não comer pode ficar anêmico; o leite materno já não tem mais calorias suficientes para o bebê. Mas espera aí, não somos máquinas! A verdade é que cada bebê tem seu tempo para aceitar algo tão novo em sabores e texturas. E a outra verdade é que o leite materno continua sendo o principal alimento para o bebê, e não as outras coisas. As outras coisas é que COMPLEMENTAM O LEITE MATERNO, fornecem mais calorias para um bebê que já rola, já senta, já quer engatinhar, crescer. Eu demorei para entender isso. Mas encontrei muita informação aqui na internet, numa lista de mães no Yahoo e em comunidades do Orkut, como o Grupo Virtual de Amamentação e Meu Filho Não quer Comer.



Como foram as coisas? Bem, comecei tudo bem devagar. Amamentei exclusivo até 6 meses. Quando Pietro completou essa idade, comecei a dar frutas. Foi rejeição certa. Para observar alergias, oferecia o mesmo alimento por três dias, depois iniciava um novo, até ele provar todos. A cada dia oferecia metade de uma fruta, brincava, enganava, ele aceitava melhor umas, rejeitava completamente outras, e assim fomos. Cheguei a misturar leite materno para melhorar a aceitação, não ajudou muito no caso dele. Com quase 7 meses é que fui começar os alimentos 'de sal', que na realidade não devem levar sal algum. E aí foi o fim! Ele passou até a rejeitar até as frutas que estava aceitando! Eu oferecia a cada dia somente um legume, cozido no vapor, somente no almoço. Ele ficou muitos dias sem aceitar nada, só leite materno. E quando estava com quase 8 meses percebi que estava começando a aceitar os alimentos. Comecei a fazer o almoço com outros legumes, carnes, e de repente ele se transformou em um guloso, de uma hora para outra!
Foi impressionante essa mudança. Quando os alimentos deixaram de ser algo estranho e ele passou a gostar dos sabores, como comia! Aos 8 meses comecei a dar a janta, e ele comia tão bem que ganhou 1 kg de 8 para 9 meses! E as primeiras palminhas que bateu foi quando viu seu pratinho de comida pronto para ser oferecido. Até hoje ele é muito bom de boca, ao contrário do que dizem sobre os bebês de peito. Apesar de muitas crianças aos 2 anos darem trabalho para as mães para comerem, ele não dá. Tem dias que não está muito a fim do almoço, aí come na janta. Hoje encaro isso na maior naturalidade, pois vejo ele crescer e ganhar peso a cada dia.

Em todo esse processo, nunca neguei o peito. Quando ele recusava os alimentos eu insistia durante um tempo, mas tentava não forçar muito para não transformar a refeição em um momento desagradável, e aí sim eu amamentava. Eu insistia um pouco para ele entender que existia o momento de comer a comidinha. E sempre dizia a ele que ele poderia comer e mamar. Quando ele começou a aceitar bem a comida, era impressionante: mamava antes de comer, comia tudo, chorava quando acabava a comida, aí eu dava uma sobremesa, que era sempre uma fruta, e depois ele pedia para mamar mais. Um verdadeiro guloso.



Confesso que fiquei extremamente estressada e hoje vejo que sem motivos. Mas dei bastante sorte com ele, é uma criança que adora comer. Bem, o próximo post será sobre as papinhas!

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